I
uma ligação ao coração poderia ser a salvação? músculo sem sentido, corda no pescoço de quem já se vê perdido. um trabalho para a luz no interior das veias
cheias
eletricidade incontida. risco, fio, destino, piso, escada. acesso – aceso. luso-fusco. um piscar no quarto
susto
esquizofrenia
branco
II
: o cansaço comeu palavras
palavras no sangue. transbordou pó em letras soltas
farelo
- Extremidade –
desespero do suicida a beira da última palavra em silêncio na solidão do mar. mergulho fundo entre plaquetas e leucócitos. jorrar desprovido de sexo. do nada: copular. na ressaca, o banho de areia. espumas.
Lamparina - substantivo feminino
buscar nas palavras a paixão, escrita, inspiração, nome próprio.
Revelação
:(des)construção.
explosão das palavras a se fixarem no acolchoado das paredes brancas.
útero materno.
(Sol) Lyllytthhg – primavera/2009
Ensaio sobre o pôr do sol
uma ligação ao coração poderia ser a salvação? músculo sem sentido, corda no pescoço de quem já se vê perdido. um trabalho para a luz no interior das veias
cheias
eletricidade incontida. risco, fio, destino, piso, escada. acesso – aceso. luso-fusco. um piscar no quarto
susto
esquizofrenia
branco
II
: o cansaço comeu palavras
palavras no sangue. transbordou pó em letras soltas
farelo
- Extremidade –
desespero do suicida a beira da última palavra em silêncio na solidão do mar. mergulho fundo entre plaquetas e leucócitos. jorrar desprovido de sexo. do nada: copular. na ressaca, o banho de areia. espumas.
Lamparina - substantivo feminino
buscar nas palavras a paixão, escrita, inspiração, nome próprio.
Revelação
:(des)construção.
explosão das palavras a se fixarem no acolchoado das paredes brancas.
útero materno.
(Sol) Lyllytthhg – primavera/2009
Ensaio sobre o pôr do sol
O tempo que resta assim se intitulava o filme, o protagonista morria numa praia deitado na areia, ao fim do dia. O céu em vermelho e roxo se encontrando com a escuridão e um corpo imóvel na praia deserta.
Na wikipédia, o pôr do sol é o momento em que o sol se oculta no horizonte na direção oeste que pode ser considerado como um processo inverso do nascer do sol que é quando o sol aparece no horizonte na direção leste. Ao período do dia em que ocorre o pôr do sol dá-se o nome de “ocaso”.
O referido fenômeno apresenta muitas características a serem estudadas, mas devo me ater a alguns aspectos, como segue:
1. a dinâmica das cores;
2. a fotografia do tempo;
3. a geografia das lembranças;
3.1 um país
4. ritos de sobrevivência
tópico 1 – a dinâmica das cores
as cores vibrantes amarelo laranja vermelho se juntam ao lilás e à ultima tonalidade do vermelho que é o roxo machucado e vão se mesclando em infinitas gradações até que a noite se instala - com o seu escuro de luzes urbanas, ou com o seu escuro de luz de candeeiro na mercearia da vila, ou com o sino anunciando a ave maria e os adolescentes saindo do colégio com os seus trinados peculiares numa cidadezinha qualquer.
tópico 2 – a fotografia do tempo
quando o roxo se torna roxo machucado voce sabe que esse é o último slide, é a ultima foto do fim.
Tópico 3 – a geografia das lembranças
neste tópico fiz várias descobertas em diversas fases da vida. Na infância, da calçada de casa, achava que o sol se escondia nas terras de meu avô; na adolescência, da varanda de casa, o sol se punha do outro lado da rua; Na vida adulta em tres oportunidades de exílio doméstico, o sol era uma bola vermelha que brincava de esconde atras de prédios rosas e azuis que eu avistava da janela.
Tópico 3.1 – Um país
este é o tópico mais complexo, pois após observar o fenômeno de vários ângulos, localizado em diferentes lugares, constatei que ele também é um lugar, mais precisamente um país ou ainda seja mais certo definir como um não-lugar.
Tópico 4 – ritos de sobrevivência neste país ou neste não-lugar se pode transitar sem ansiedade, pode se alimentar de cores, de tempo, de lembranças. E de qualquer cidade, de qualquer mirante, numa estrada que voce deixa para trás, quando vai embora numa certa tarde de Sexta feira com destino a São Paulo Rio de Janeiro ou Barcelona e a sensação de estar despencando, algo se perdendo para sempre em direção ao nunca mais e então o por do sol acolhe o choro, instala esse não-lugar, esse ponto para onde se pode voltar vindo de qualquer lugar; e assim se completa o pulo no abismo, e assim se pode enfrentar outros abismos e assim se pode inventar outros ritos, outros ritmos, outros ensaios.
Um Não-lugar de onde se pode ver a repetição dos dias, as pegadas do sol indo embora, marcando a passagem do tempo em sua suavidade e violência.
Conceição Bastos
Na wikipédia, o pôr do sol é o momento em que o sol se oculta no horizonte na direção oeste que pode ser considerado como um processo inverso do nascer do sol que é quando o sol aparece no horizonte na direção leste. Ao período do dia em que ocorre o pôr do sol dá-se o nome de “ocaso”.
O referido fenômeno apresenta muitas características a serem estudadas, mas devo me ater a alguns aspectos, como segue:
1. a dinâmica das cores;
2. a fotografia do tempo;
3. a geografia das lembranças;
3.1 um país
4. ritos de sobrevivência
tópico 1 – a dinâmica das cores
as cores vibrantes amarelo laranja vermelho se juntam ao lilás e à ultima tonalidade do vermelho que é o roxo machucado e vão se mesclando em infinitas gradações até que a noite se instala - com o seu escuro de luzes urbanas, ou com o seu escuro de luz de candeeiro na mercearia da vila, ou com o sino anunciando a ave maria e os adolescentes saindo do colégio com os seus trinados peculiares numa cidadezinha qualquer.
tópico 2 – a fotografia do tempo
quando o roxo se torna roxo machucado voce sabe que esse é o último slide, é a ultima foto do fim.
Tópico 3 – a geografia das lembranças
neste tópico fiz várias descobertas em diversas fases da vida. Na infância, da calçada de casa, achava que o sol se escondia nas terras de meu avô; na adolescência, da varanda de casa, o sol se punha do outro lado da rua; Na vida adulta em tres oportunidades de exílio doméstico, o sol era uma bola vermelha que brincava de esconde atras de prédios rosas e azuis que eu avistava da janela.
Tópico 3.1 – Um país
este é o tópico mais complexo, pois após observar o fenômeno de vários ângulos, localizado em diferentes lugares, constatei que ele também é um lugar, mais precisamente um país ou ainda seja mais certo definir como um não-lugar.
Tópico 4 – ritos de sobrevivência neste país ou neste não-lugar se pode transitar sem ansiedade, pode se alimentar de cores, de tempo, de lembranças. E de qualquer cidade, de qualquer mirante, numa estrada que voce deixa para trás, quando vai embora numa certa tarde de Sexta feira com destino a São Paulo Rio de Janeiro ou Barcelona e a sensação de estar despencando, algo se perdendo para sempre em direção ao nunca mais e então o por do sol acolhe o choro, instala esse não-lugar, esse ponto para onde se pode voltar vindo de qualquer lugar; e assim se completa o pulo no abismo, e assim se pode enfrentar outros abismos e assim se pode inventar outros ritos, outros ritmos, outros ensaios.
Um Não-lugar de onde se pode ver a repetição dos dias, as pegadas do sol indo embora, marcando a passagem do tempo em sua suavidade e violência.
Conceição Bastos
Ei!
Ou!
Psiu!
Você aí!
Na extremidade do foco
Que reluz em meus olhos,
Se chama como?
Não.
Perguntei como se chama
Como se chama a palha úmida da sua atenção?
E depois do chamado
Da chama
Como se chama as cinzas
Iluminadas por uma luz não própria
Como se chama?
Não.
Como se chama você
Jé, ué
Como chamar a sua pele, o cabelo, os olhos...
Como se chama você?
Mi?
Sim, sim
....Na...
Não.
Não interessa-me três sílabas simples e hebraicas
Quero mesmo saber
Como chamo você
Jémina Diógenes
Iluminação
Um clarão só
que não há refletir sobre ele
Dizê-losó
se for num lampejo
fiat de palavras-fagulha
fogo
pra velar o fogo
a raiz do fogo
o signo do fogo
Único caminho de saber:
deixar de lado todo o resto
o reconhecível
deixar de lado o Júlio
deixá-lo junto aos outros
- eles tus e eus -
na ante-câmara
E aderir a esse extremo
de lucidez
Júlio Versolato
FACHO DE LUZ
Sentada sob a luz
a reluzir e clarear.
Alma que faísca, faiscante,
observa, pensa e nada diz.
Será que pensa em mim?
“Sueli cadê você”?
Amiga das horas certas e incertas.
Quem sabe?
Fascina a faísca faiscante,
Que sabe: Tudo pode acontecer.
Nesse imenso clarão fascinante,
que é viver, viver e viver!
Sueli R. S. Simão (por Lucineide)
Quisera
Ou!
Psiu!
Você aí!
Na extremidade do foco
Que reluz em meus olhos,
Se chama como?
Não.
Perguntei como se chama
Como se chama a palha úmida da sua atenção?
E depois do chamado
Da chama
Como se chama as cinzas
Iluminadas por uma luz não própria
Como se chama?
Não.
Como se chama você
Jé, ué
Como chamar a sua pele, o cabelo, os olhos...
Como se chama você?
Mi?
Sim, sim
....Na...
Não.
Não interessa-me três sílabas simples e hebraicas
Quero mesmo saber
Como chamo você
Jémina Diógenes
Iluminação
Um clarão só
que não há refletir sobre ele
Dizê-losó
se for num lampejo
fiat de palavras-fagulha
fogo
pra velar o fogo
a raiz do fogo
o signo do fogo
Único caminho de saber:
deixar de lado todo o resto
o reconhecível
deixar de lado o Júlio
deixá-lo junto aos outros
- eles tus e eus -
na ante-câmara
E aderir a esse extremo
de lucidez
Júlio Versolato
FACHO DE LUZ
Sentada sob a luz
a reluzir e clarear.
Alma que faísca, faiscante,
observa, pensa e nada diz.
Será que pensa em mim?
“Sueli cadê você”?
Amiga das horas certas e incertas.
Quem sabe?
Fascina a faísca faiscante,
Que sabe: Tudo pode acontecer.
Nesse imenso clarão fascinante,
que é viver, viver e viver!
Sueli R. S. Simão (por Lucineide)
Quisera
Quisera fosse sábado
Quisera fosse sóbrio
Quisera um cigarro aceso
No pátio
Aquecer as palavras mornas
Trancadas dentro dos lábios
Para evitar as dobras
Das paredes frias do quarto
Quisera mais uma chance
Quisera jogar baralho
Quisera tirar da sombra
Sua mente
Falha
No luzir de cada palavra
Calada
Fala
A louca voz que depara
Com cada porta fechada
A insensata interrogativa
Da tua cara amarrada
Quisera a ignorância calar a Karin que fala?
Quisera a incompreensão ouvir a Karin que fala?
Que cara tem essa Karin que para
Contra vontade?
Batera com a cara no muro?
Quisera encontrar a passagem?
Quisera quando fora lúcida
Ouvir a voz da verdade,
Mas ofusca.
Karin Hessel
Opaco
O problema é meu nome
Que a cada eletrochoque se funde com outro
Carol Oliveira
aaaaaaaachoque
Carol da Silva
aaaaaaaaachoque
Carol Medeiros
aaaaaaaaaachoque
E é nesse flash de impactos sobre a maca
Que me transformo em translúcida
Ou em transaaaaaachoque
Carol Malaguti
o problema é o nome
alfinetes passam
pelos olhares
ultrapassam
o triângulo a frente
não, não
um triângulo quadrado
formado
pela luz de alfinetes
três a mostra
um escondido
o mantra
do movimento
quebra o silêncio
do olho perdido
platéia
ausente-presente
presente-ausente
presente- sol
raio de sol
sob o escuro
mira
o alucinar
alheio
e em seu rastro,
Liliane,
há silêncio branco
e quem de fora
te olha
evita a busca
própria
es(x)piando em si
a figura posta
Liliane
penetra luz
no cérebro
pra colocar dentro
o ponto de Sol
sob o escuro
abismo solto
(Sol) Lyllytthhg - (Liliane Pinatti)
Expressão de mundo vivo
Momentos de desordem mental
momentos de angústia mental
momento de desdobramento anti-carnal
Momento estranho que te acolhe
E te expulsa.
Te causa repulsa
Mas te engole.
Mente tem poder de dividir-se
Separar-te
Atar-te.
Mete-se na mente!
Meta só na mente!
A mente é anti-natural
Anti-Cristo
e irracional.
Mete-se com ela
Verás que com ela
Os momentos de desordem, ardem
Os momentos de angústia, puxam
O anti-carnal não resiste ao natural.
Mas ao que não parece normal
Estamos sujeitos a nos acostumar.
Porém tu não te acostumas ao mal
não podes concordar.
É estranho
Como tu tristonho
Pareces risonho.
Tu
o mal
que parece bem
O bem
que sem querer
faz o mal
momentos que na mente
inevitavelmente
haveremos de ter.
Roanne F. Aragão
Lúcifer
Então, que haja a Luz. E então houve a luz. E também houve as sombras. Eu nasci com a luz e com as sombras, e elas deram-me de presente um caduceu com duas serpentes aladas. Uma delas lucifica, outra alucina. Qual a alusão proposta por essas serpentes? A uns cinco minutos atrás estive numa caverna ilustre, e para alguns, ela pode parecer escura, tão escura que assombra com sua iluminação. Cores lucigênitas, Vibrações – Ilusões, ilusões velozes demais, tão velozes que cada instante parece permanente. Sobrou-me o espaço, meus olhos atravessam as paredes lúdicas. Elas brincam com você e eu esqueço de mim: Qual o seu nome Rogério?
Rogério de Oliveira